QUANDO O ERRADO VIRA CERTO E CERTO VIRA ERRADO
Quando o errado vira certo e certo vira errado
Vivemos em um regime chamado sociedade. Sim, porque somos obrigados a seguir suas regras ou pagar o preço da desobediência. Uma organização que predefine nossas atitudes. Reger e determinar os comportamentos são suas maiores preocupações. Um programa que codifica nossas ações em certo e errado. Mas o que realmente pode ser considerado certo ou errado? Na verdade o certo e errado não passariam de adjetivos sociais a cerca do comportamento humano? Bem, se realmente algo pode ser considerado certo ou errado, só teria valor dentro de um contexto social. Uma vez que diversos fatores influenciam o diagnóstico dessa questão. Entre eles encontramos os valores Culturais, religiosos, éticos, entre outros... Qual teria o peso maior?
Parando pra pensar nisso, quantas vezes nos deparamos com situações em que fazer a coisa aparentemente errada parece ser a melhor solução. Mas se o errado for realmente é a solução então porque mesmo assim continua sendo vista como errada?
Vejamos essa estória. Não aconteceu de fato, por mais que pareça com uma história normal e talvez até alguém se identifique. Um exemplo de quando os padrões sociais não resultam em felicidade? E os padrões considerados inadequados passam a surtir um efeito colateral ao esperado. Nessa estória, os nomes usados são fictícios. Deixo bem claro que qualquer semelhança com uma história real é mera coincidência.
Maria é uma mulher casada, bonita, inteligente, trabalhadora, mãe de um filho lindo. Uma pessoa de fácil convivência. Até aqui parece uma estorinha de pessoa feliz, não? Bem, seria se não fosse pelo fato de que tudo não passasse de um falso estereotipo social. Uma mascara para esconder a verdade oculta por traz dela. Eles não são felizes!
Ta bom, omiti alguns detalhes, confesso. Ela tinha 30 anos, casada a cinco com um rapaz gentil e carinhoso, ao menos no começo. O problema é que há alguns anos eles descobriram que não rolava mais a química, entende? Mas pelo amor de Deus, são casados, tem um filho. Não podem se separar assim por tão pouco. Ta bom vai, chega de enrolar. Seu marido, “o cara gentil”, tem uma AMANTE, mas afinal de contas, quem não tem? Quando Maria descobriu, eles brigaram muito, fui um maior barraco. Ele chegou a pediu perdão e tudo. Há uns dois anos atrás resolveram até procurar o pastor da igreja que freqüentavam pra conversar, mas não adiantou muito. Se bem que ele ao continuar se encontrando com a outra, não era bem o conselho que recebera do pastor né? Maria por sua vez chegou até a ter uns deslizes, talvez pra de certa forma vingar as traições do marido, sei lá, mas não surtiu o efeito que esperava. Ela pensava várias vezes em jogar tudo pra cima. Mas como as pessoas, principalmente da igreja, a sociedade, a família, como iam ver essa separação? E o filho que tinha? Um dia as coisas chegaram ao limite. Eles tiveram uma terrível discussão e decidiram que não dava mais pra levar. Isso já tinham ido longe de mais e não dava mais pra fingir pra todo mundo que eles eram uma casal feliz. Algumas pessoas que não são felizes e também não querem que outros sejam não concordaram muito com essa separação. Mas isso é uma outra história. O tempo passa e as coisas vão se acalmando. Com a cabeça no lugar, ela chegou até reconhecer que na verdade eles nunca se amaram de verdade. Tudo não passou de uma fazer de atrações físicas ou conveniências, uma vez que se davam muito bem no começo e todo mundo dizia que eles tinham tudo a ver um com outro. E que eles já tinham namorado seis anos e o casamento era o passo mais certo a se dar. Chega de pensar no passado. O que foi se foi, Maria agora queria era curtir a vida, sair com as amigas, Cinema, Shopping, essas coisas. Ela queria era ser feliz um pouco, já que nos seus últimos três anos de casamento não conseguiu tal proeza. E nessa de ser feliz, aconteceria algo que mudaria a sua vida completamente. João um cara super legal, do tipo boa pinta, se da bem com todo mundo. Um cara bonito, inteligente, trabalhador, 36 anos. Parecia até um sonho pra Maria. Eles se apaixonam como acontecem nos romances dos livros. Mas como na estória de Joseph Climber, a vida realmente é uma caixinha de surpresas. Se já não fossem suficientes tantos transtornos, agora que sua vida tava dando um trezentos e sessenta, seu agora, ex-marido, não queria lhe conceder o divórcio. Decidida a ser feliz, Maria toma a atitude de fica com João de qualquer forma e assim vão morar juntos em outra cidade, ela, o filho e João, seu príncipe encantado. Sua família acha um absurdo ela ir morar com alguém dessa forma. Sem casar nem nada, pelo amor de Deus! Por mais que não seja possível negar a felicidade em que eles se encontravam, os padrões sociais, nesse caso principalmente religiosos, sempre falam mais alto. A família os ignora por um tempo. Como se não fossem dignos de seu amparo e carinho. Mesmo com todas as dificuldades e enumeras audiências na luta pela posse do filho e do divórcio, Maria e João vão vencendo todas as barreiras, uma a uma, sempre juntos e com amor. Ao passar o santo remédio tempo, sua família já tinha se conformado com a idéia de que realmente eles fizeram a melhor coisa de suas vidas. Com muita dedicação eles constroem uma família, dão à volta por cima de todos os preconceitos e dificuldades. Dez anos depois a história de Maria e João já era comentada entre os parentes como um exemplo de duas pessoas que se amavam de verdade e lutaram pela sua felicidade. Hoje já são legalmente casados. O filho ficou com Maria. Tiveram mais filhos e todos passam muito bem, obrigado.
Moral da estórinha:, O certo, casamento na igreja com tudo que tem direito e segundo manda o figurino, não foi sinônimo de êxito, como esperava o modelo pré-definido pela sociedade. E o que era tido de cara como errado, transformou-se em um Sucesso.
De forma alguma sugiro ou tenho a intenção de propor que sempre o errado vai surtir o efeito do certo. Muito pelo contrário. Acredito apenas que as coisas não podem ser pré-definidas. O sucesso sempre vai depender do empenho, da dedicação e da verdadeira vontade de conquistar o que se almeja. Sei que várias vezes os modelos que sociedade sugere, surtem os efeitos esperados, mas erradamente atribuímos ao modelo social tal sucesso. Visto que na verdade esse veio por meio do esforço e da dedicação de quem o obteve. Socialmente foi implantado no nosso subconsciente que se agirmos dentro dos dogmas sociais considerados corretos, seremos agraciados com uma vida saudável e feliz. Caso optar-mos pelo padrão social considerado errado, colheremos conseqüências maléficas e danosas.
A sociedade em todas supervaloriza suas regras ao ponto de ignorar por completo o fato de que a felicidade não se padroniza e nem se predefine. A felicidade não tem forma própria. O que pra um, poder ser visto como a realização de um sonho, pra outro, pode ser insuficiente. Sei que precisamos de sociedade, pois sem ela tudo viraria uma bagunça. Mesmo assim, não podemos fechar os olhos pra hipocrisia em que ela se tornou. Onde os padrões de certo e errado não passam de uma farsa. Pois na verdade nem a própria sociedade acredita nela mesma.
Analisando toda essa discussão, chego à conclusão que não adianta ficar aqui só apontando o dedo. Na verdade fomos nós mesmos que a criamos. Não posso nega o fato de que faço parte dela e que assim sou tão responsável como qualquer outro pelo que ela prega e vive. Sim, falar mal é fácil, mas não vai passar de um jogo de empurra-empurra onde ninguém assume a responsabilidade do porque tudo está como está ou se propõe ao fazer alguma coisa pra mudar. Então hipócrita sou eu e você. Somos todos nós que só falamos mal e não fazemos nada pra mudar.
Pensamentos de um brasileiro que está em dia com suas obrigações sociais, mas em falta por cruzar os braços de ante a tudo que acontece em sua volta, tomando apenas a velha reação patética de reclamar.
Alexsandro Monteiro
11/03/2007
Obs: O texto acima é simples fruto de minha imaginação. Salvo que essa não é uma estória incomum. Sendo assim...
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